segunda-feira, 26 de outubro de 2009

A querida me matou.

Porto Alegre, três horas da madrugada, e eu aqui sozinho com a querida. Será dia 1º de Abril? Pois é, infelizmente não... É natal, 25 de Dezembro, dia que a família se reúne para tomar aquele bom vinho e repartir o peru que foi bem feito e preparado para que possa ser degustado com maior gosto. Mas essa não é minha realidade, essa é a realidade de uma pessoa normal que não tem o vício que eu tenho. Desde criança, vendendo drogas através da influência dos meus pais, e hoje estou aqui com 29 anos de idade em fase terminal por causa do crack...
Eu deveria estar com a minha família, mas infelizmente hoje isso não me pertence. Tenho um filho, lindo, cheio de saúde, levei pra boca comigo quando estava cuidando dele, , que burrada, fiz o menino ver tudo aquilo, é irmão, por isso que os manos dizem " O bagulho é doido " e realmente é doido mesmo, faz parte ... Foi a minha escolha.
Essa querida é forte demais, ela me encanta, "deixei meu gurizinho pra lá e chamei a querida pra cá". Minha esposa, NOSSA! Essa ai já se cansou de mim! muitas palavras vãns e muitas coisas que fiz pra ela, essa dai é guerreira, me levou nas costas pagando minhas contas pros vizinhos. Falava que ela e o menino estava doente pra peir dinheiro na rua, é cara, que coisa maluca! mas é assim mesmo, mais uma vez eu repito o que os manos falam na rua " O bagulho é doido" - Vou me mandar daqui, não quero morrer sozinho.
Conforme o tempo foi passando... Matei um carinha por ai pra poder pagar minhas dividas na boca e deixar a minha família tanquila, mas era muita grana, FUGI!

Derrepente um novo começo?

Não foi dessa vez, cheguei lá, adivinha que eu encontrei? A querida, a querida, queridaaaaaaaaaaa. MORRI , literalmente morri, dia limpo, sol sem núvens, perfeito cenário para minha morte, AAAAAAAAAAAH, pufft, cai lá de cima, 18m e altura, não sobrou nada. 18 partes quebradas da coluna, todos os orgãos estourados, acabou, tô livre da querida, agora posso ser feliz e descançar.

"Texto baseado na história de um grande amigo Ricardo Guimara".